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sábado, julho 31, 2010

Os gatos na História da Arte

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Puxando um pouco a sardinha pra minha brasa felina, mais uma vez, vou aqui escrever um pouco sobre os bichanos, que são a minha paixão desde a minha infância.
Gosto de gatos porque conseguem olhar bem no fundo da nossa alma, captando aquilo que nem as pessoas mais próximas poderiam perceber. São bichinhos meigos, independentes, sensitivos, elegantes, a contradição perfeita, por assim dizer! Há quem prefire cachorros, o que respeito profundamente, porque são os melhores amigos do homem.
E da mulher? Vocês devem ter percebido que do lado direito do blog há uma referência que fiz aos bichanos, que já fazem parte da minha vida. Pra mim, eles representam todo o lado feminino (por isso os coloquei como melhores amigos da mulher). Gatos, principalmente gatas, são a feminilidade contida em um ser.
Ultimamente, andava tão envolvida com eles na minha temática sobre arte (sobretudo fazendo desenhos de observação e esculturas em argila da minha gatinha pelagem escama-de-tartaruga, a Norah) que pensei: "Por que não?"
Porque não utilizar um xodó meu para acrescentar alguma coisa para as outras pessoas que gostam de bichanos ou que gostem de curiosidades sobre a arte.

Conceito dos gatos no decorrer da história

"No Antigo Egito os gatos eram adorados devido a sua associação com a Deusa da Lua, Pasht, de cujo nome acredita-se ser derivada a palavra "puss", que significa "bichano" em inglês. A Deusa Bast, que representa o sol, também foi identificada com gatos, e é retratada com a cabeça de um gato. Quando os gatos morriam, eram mumificados e seus donos mostravam seus sentimentos raspando as sombrancelhas em sinal de luto." (fonte: Site Osgatos)



Os gatos foram se popularizando até chegar na Europa, sobretudo a espécie do gato persa, original do Irã. Até aí, os gatos eram admirados. Só que na Idade Média, eles seriam demonizados ao serem relacionados com a bruxaria e o paganismo, no que podemos observar naquela velha superstição do gato preto dar azar. "Uma pessoa que fosse vista ajudando um gato, principalmente gatos pretos, estava sujeita a ser denunciada como bruxa e a sofrer tortura e morte." (fonte: Site Osgatos)

Já no Japão, é justamente o contrário. Tanto é que tem pra vender aqueles biscuis de gatinhos com uma patinha levantada (maneki neko), que quer dizer sinal de boa sorte. O gesto é simbólico, e cheio de significados. O gato é um animal sensitivo, portanto respeitado.


Artistas que utilizaram o gato como temática


Leonardo Da Vinci: Abaixo temos um estudo feito pelo mestre acerca de gatos. É dele a célebre frase: "O menor dos pequenos felinos é por si só uma verdadeira obra-prima."


Pablo Picasso: Tinha dois gatos, e fez alguns quadros envolvendo-os. Abaixo a tela óleo de "Um gato pegando um pássaro" datada de 1939.



Pierre-Auguste Renoir: Este também pintou quadros retratando os bichanos. Temos como exemplo o "Julie Manet com gato" (1887). Detalhe para a expressividade contida no felino.



Aldemir Martins: O artista brasileiro naturalmente adorava gatos, já que eles se encontram em vários quadros seus. Se quiser ver as imagens, clica aqui.

Iberê Camargo: Iberê tinha um xodó, o gatinho Martim, e fez sobre ele diversos estudos. Pra quem quiser dar uma conferida e ler este artigo do próprio site do artista, clica aqui. Curioso o detalhe que o gato morreu 1 ano depois do artista.

Romero Britto: Romero Britto opta pelos estilos alegres e juvenis, algo que combina plenamente com gatos.

Monacat - serigrafia

O gato azul - Técnica Giclê (várias impressões em altíssima qualidade)


Utagawa Kuniyoshi: 100 gatos japoneses (gravura)



Marilyn Robertson: Thomas o gato


Algumas curiosidades:

Ainda há a chamada pintura corporal para gatos! Nos Estados Unidos, elas custam 15 mil dólares! Pra quem quiser dar uma conferida, olhe este blog AQUI.

Apesar de eu não ter encontrado nenhum trabalho do Dalí com relação a gatos, encontrei esta foto abaixo, que ele está com uma espécie de gato, que se não é, é muito parecido com uma jaguatirica.

quarta-feira, julho 21, 2010

Little Ashes - Um pouco da vida de Salvador Dalí

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A partir desse post, vou começar a acrescentar todos os filmes que tenho disponíveis. Como vejo que a maior parte dos blogs que disponibilizam links acaba dando uma mensagem de erro como "este arquivo foi excluído", ou algo do tipo, vou começar a uploadeá-los para que vocês possam ver os filmes que estou indicando. Até por que, ninguém vê graça no brigadeiro quando ele está em uma folha de revista, mas quando tu podes comê-lo, aí já são outros quinhentos.

http://babadocerto.files.wordpress.com/2009/03/little_ashes_2.jpg

Neste post, disponibilizarei o link do filme "Little Ashes", ou "Pequenas Chamas", de 2008. O filme conta com a participação da estrela da saga Crepúsculo, Robert Pattinson, que até então para mim, pelo menos, não era um grande ator. Mas confesso que passei a respeitá-lo um pouquinho mais depois deste filme, já que não é qualquer um que consegue retratar o excêntrico pintor Salvador Dalí.
Acho que poderiam ter escolhido um ator mais adequado para o filme? ACHO! O Pattinson de fato, não é um mau ator, só que ele não se parece com o Salvador Dalí em aparência física. E apesar de reconhecer que ele realmente se esforçou para interpretar esse difícil e polêmico personagem, ainda enxergamos muito de "Edward Cullen" em Salvador Dalí.
Fora que já é um erro o filme ser em inglês... Não existe coisa mais patética do que colocar em inglês com sotaque levemente espanholado um filme que deveria ser todo em espanhol.

No entanto, só para frisar, que apesar desses detalhes técnicos, o filme em si não deixa a desejar!

Só para lembrar que o Dalí não é o personagem principal deste filme, e sim o escritor Frederico García Lorca, que fora executado durante a Guerra Civil Espanhola, em 1936 (pouco antes de estourar a Primeira Guerra Mundial).
O filme fala do relacionamento homossexual de ambos, mostrando o contexto da Arte da época, inclusive. Penso eu, como estudante de Artes, que o filme poderia ter abordado mais o processo artístico do Dalí, mas só o fato de terem exibido "Un chien andalou" (abaixo), que foi o filme que ele fez em parceria com o Luis Buñuel (que também aparece no filme), em 1929. Obs: Se acaso apagarem o vídeo do youtube, procurem pela internet no Youtube mesmo ou no Google.



Pra quem não tem certeza se quer baixar o filme, preferindo ver primeiro o trailer, disponibilizo abaixo o trailer de Little Ashes.




Little Ashes (2008) - Legendado - Formato RMVB - 357 Mb => CLICA AQUI

Qualquer problema com o download, coloque nos comentários.

sexta-feira, julho 02, 2010

Arte Computacional: A Arte e a Tecnologia

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"O flerte entre arte e tecnologia acompanha a história da humanidade, mas hoje as possibilidades de criação são tantas que é difícil estabelecer a fronteira entre uma e outra." (Fonte: SESC- SP)


Estava há horas para escrever um post a respeito entre a arte e a tecnologia. Já havia escrito outro a respeito da divulgação da arte escultórica e pictórica através da fotografia, disponível neste link. No entanto, não havia tratado do assunto da tecnologia digital na execução de obras de arte, e na composição de instalações. 
Como disse a frase que tirei do site do SESC de São Paulo, como eu mesma queria dizer, a Arte é o reflexo de todo um paradigma da sociedade em dadas épocas.
Estava até comentando isso com o meu namorado, que é estudante de História, que a Arte foi o primeiro meio de se descobrir como pensava uma sociedade antiga, já que ela antecede inclusive o advento da escrita, que passou a ser a mais importante prova de cultura de uma dada civilização.
O maior exemplo disso são os desenhos nas cavernas, conhecidos como "arte rupestre". Claro que se sabe que o homem tinha um objetivo "mágico" com aquela arte, segundo vários historiadores de arte, incluindo Hauser. "(...)Nesta fase de vida exclusivamente prática, tudo girava, como é óbvio, em torno da mera preocupação de arranjar alimentos.(...)" (Hauser, 1982)
 Por isso mesmo, que seria quase imprescindível que a Arte acompanhasse a tecnologia no sentido de trazer novas visões a esta área e sobre um novo olhar sobre a vida e a própria sociedade. 
Atualmente, ter um computador, ou um celular tornou-se uma obrigação para quem vive em um mundo digital, onde tem-se acesso a internet, e consegue-se uma gama muito variada de informações em um curto período de tempo. 
A Arte Computacional veio para isso, para complementar o conceito de Arte Contemporânea. 
Só que as competências exigidas pelos artistas computacionais são diferentes das exigidas pelos artistas de antigamente, mais tradicionais, com outros conhecimentos. 

A experimentação começou no final dos anos 1950, bem no limiar entre o que se chama de Arte Moderna e Arte Contemporânea. 
Inclusive eu já havia abordado sobre os artistas que fizeram nome dentro da arte cinética, inclusive até um artigo individual sobre o artista brasileiro Abraham Palatnik, que trabalhou muito a parte da tecnologia em seus trabalhos e instalações.

Para quem é leigo, esclareço aqui o que é instalação. Instalação é o ambiente criado pelo artista a fim de torná-lo a sua própria obra de arte. Em vez de confeccionar uma escultura ou uma pintura, o artista cria todo um ambiente para que a sua arte seja fruída. 
A instalação é uma das formas mais conhecidas de Arte Contemporânea e pode ser encontrada em qualquer exposição de museu de quaisquer artistas contemporâneos. 

O que será tratado nessa postagem é justamente a contribuição da arte computacional para a arte contemporânea, sendo que a maior parte delas são feitas a partir de instalações, seja através de projeções, monitores, e até mesmo trabalhos escultóricos se utilizando de peças de computador (apesar que esta última é considerada uma arte conceitual). 

 Vou dar alguns exemplos de artistas renomados que fizeram seu nome e cima da arte computacional. Como são trabalhos gráficos, geralmente com movimentos, postarei vídeos que encontrei no youtube.

Mutation - Yoichiro Kawaguchi, 1992


Crossborders - Michel Chevalier, 2007



"A evolução da forma" (The Evolution of Form) - William Latham e Stephen Todd, 1989



Pissenlits - Edmond Couchot e Michel Bret 1988-2005


Waldemar Cordeiro


Referências


Wikipedia


UnB

UniRio

Vsites - UnB

quinta-feira, julho 01, 2010

Abraham Palatnik

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Como havia prometido no post anterior, trago aqui um tópico inteirinho sobre este que foi o pioneiro da arte cinética no Brasil.
Abraham Palatnik merecia uma postagem a parte por ter repensado a maneira de fazer arte, tendo sido um dos principais artistas a revolucionar a arte brasileira do século XX.
O artista é um típico exemplo do criador que consegue mesclar elementos da Física com as Artes, com as suas máquinas que projetam luzes (aparelho cinecromático), e seus "objetos cinéticos", que são trabalhos escultóricos semelhantes aos "móbiles" de Alexander Calder, só que alguns deles com elementos de imantação (ímãs), oferecendo o movimento de atração ao repulsão.
Assim como a postagem feita sobre o "ferro fluido", quero deixar bem claro que a Arte e a Física podem sim andar de mãos dadas. Inclusive é importante salientar que novos processos artísticos tornam-se mais ricos quando oriundos dessas duas áreas.

Cronologia:

19/02/1928: Nasce Abraham Palatnik em Natal, Rio Grande do Norte.

1932: Muda-se com a família para a região onde atualmente é Israel.

1942- 1945: Estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão (o que irá influenciá-lo mais tarde na sua criação artística).

1943- 1947: Frequenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv.

1948: Retorna ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Conhece Mário Pedrosa, que o indicará, anos mais tarde, para expor na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

1949: Começa os seus estudos com luz e movimento, estudando a sua influência nas cores. 

1951: Expõe seu primeiro aparelho cinecromático na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951), obtendo menção especial do júri internacional (apesar da relutância dos organizadores de aceitarem o seu trabalho, por ele não se encaixar em nenhuma das categorias previstas).O seu aparelho consiste na manipulação de luzes coloridas que misturadas formam diferentes aspectos em uma superfície branca.

1953-1955: Participou do Grupo Frente.

1962: Inventa um jogo de percepção "O Quadrado Perfeito", e obtém copyright.

1964: Cria os Objetos Cinéticos.

1997: Participa da 1ª Bienal do Mercosul. 

Análise da obra:

Assim como os artistas abordados na postagem anterior, Abraham Palatnik trabalhou muito a questão do movimento em seus trabalhos de arte. Segundo ele próprio, inicialmente, ele não tinha a intenção de fazer dos conhecimentos que obteve na escola técnica em Tel Aviv, verdadeiras obras de Arte.
A ideia de arte contemporânea estava engatinhando quando Palatnik começou a pensar a usar aparelhos  eletrônicos como um novo conceito em Arte.
Trabalhou não somente a questão do movimento dentro das Artes Visuais, como também acrescentou a problemática da luz como arte em si. Em vez de usar pigmentos, que já conhecia muito bem, trocou-os pelas luzes coloridas, que misturadas , lhe dava os tons dos mais diversos, causando sensações estéticas bem interessantes.
Apesar de ter sido rejeitado inicialmente na participação da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, pelo fato de não terem conseguido enquadrar o aparelho cinecromático em qualquer categoria, Abraham teve a sorte de alguns artistas não exporem, e assim, tendo preenchido a vaga, e ironicamente tendo sido reconhecido pelo júri internacional.

Os seus trabalhos que merecem maior destaque são:

O aparelho cinecromático (1964).



O quadrado perfeito (1962), tabuleiro de madeira, peças de resina poliéster 37 x 37 cm:

http://farm4.static.flickr.com/3304/3229062703_050dcda8fd.jpgFonte: Flickr de ARTexplorer

Os objetos cinéticos (1969/2001):
Objeto Cinético_5 por Itaú Cultural.Objeto Cinético_ por Itaú Cultural.Objeto Cinético_2 por Itaú Cultural.

Seus quadros que subentendiam movimentos e relevos:

Relevo progressivo - C-68 - 2000 
Papel cartão e madeira
70 X 64 cm



sem título - 2003
acrílica sobre madeira
111,5 X 147 cm


http://www.nararoesler.com.br/conteudos/obras/gd/11934_low_1267813274.jpg
Progressão K-48 -1989
acrílica e cordas sobre tela
150 x 180 cm
W-159 - 2007
acrílica sobre madeira
105 x 152,5 cm

Por fim...

Para complementar o conhecimento sobre esse importante artista, disponibilizo alguns vídeos que encontrei no Youtube e no Uol Vídeos, incluindo uma entrevista com o próprio artista, que ainda vive e trabalha no Rio de Janeiro. 


























Referências:




Nara Roesler
 
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