Pages

domingo, outubro 02, 2016

Um pouco sobre Érico Gobbi

0 comentários
Amanheço neste bela manhã de domingo, dia de eleição, aflita. Sabe quando bate aquela inspiração inquietante que te faz pensar: "Puxa vida, eu preciso fazer alguma coisa."? Sentia falta de produzir conteúdo escrito. Estava tão ocupada escrevendo as minhas histórias que havia deixado completamente de lado o meu lado de pesquisadora e curiosa.
Estou há quase 3 anos sem escrever neste blog, e como tudo na vida vai e volta, cá estou de novo, trazendo mais um pouco de conteúdo, e quiçá voltar a escrever como fazia há alguns anos, ainda como estudante do curso de Artes Visuais da FURG. <3 div="" nbsp="">

Mesmo vivendo em Porto Alegre há quase 6 anos, meu coração continua na minha amada cidade de Rio Grande, no Sul do Estado. Algumas pessoas não a conhecem, porque confundem o nome com o do Estado do Rio Grande do Sul, e mesmo pra quem é gaúcho, já é complicado, exceto se tu falas que Rio Grande fica do ladinho de Pelotas. 

Foi pensando nisso, e tendo conhecimento da triste notícia de que os meninos de calça-curta, boné e suspensório, que jaziam no pequeno "laguinho" da Praça Xavier Ferreira foram vandalizados, que me inspirei para escrever o conteúdo de hoje. Aqueles meninos fizeram parte da vida de muita gente, seja moradora ou visitante da cidade. Quanto chimarrão tomado à beira da mureta, olhando as tartaruguinhas nadarem, com a água do chafariz tornando a bela vista típica de cartão-postal. Essa é a imagem que tenho quando me lembro de tais esculturas. Imagens que remetem ao imaginário coletivo da maioria dos rio-grandinos. 

Mas a intenção da postagem aqui não é ficar de "mimimi" ou reclamando que não se tem respeito pelos patrimônios públicos. Meu objetivo é escrever sobre algo que não vejo ser muito divulgado. E que citei brevemente no meu artigo de 2010 que escrevi acerca da arquitetura portuguesa na cidade de Rio Grande. 

O objetivo hoje é falar sobre Érico Gobbi (1925-2009). Nascido em Rio Grande, Érico Gobbi foi um escultor acadêmico que tem inúmeras esculturas espalhadas pela cidade de Rio Grande. Se tu já foste visitar a cidade, ou um rio-grandino, tu já deves ter se deparado com alguns de seus trabalhos, espalhados em diversos pontos importantes do município. 
Pelo que pesquisei aqui (nos sites de referência, isso é apontado), Érico Gobbi era um artista respeitado, tendo viajado para vários lugares do mundo. 

Foto do artista retirada do site do Jornal Zero Hora
Abaixo, divulgo alguns de seus trabalhos, que são icônicos para a cidade de Rio Grande. 

Meninos de calça curta, boné e suspensório. Arquivo pessoal. Dezembro de 2009. 

Meninos de calça curta, boné e suspensório. Arquivo pessoal. Dezembro de 2009. 

Meninos de calça curta, boné e suspensório. Arquivo pessoal. Dezembro de 2009. 
Meninos de calça curta, boné e suspensório. Arquivo pessoal. Dezembro de 2009. 

Escultura em um dos pontos da Praça Tamandaré. Arquivo pessoal. 2009. 
Homenagem à Imprensa. Arquivo Pessoal. 2009. 

Santa Bernardete. Escultura presente na Ilha dos Marinheiros. Fonte: Companhiaarte.blogspot.com
Estátua de Iemanjá. Um dos pontos mais procurados por umbandistas do Estado no começo de fevereiro. Fonte: panoramio.com
Estátua de Jesus Cristo na Praça Tamandaré. Fonte: companhiaarte.blogspot.com


Referências:








segunda-feira, fevereiro 10, 2014

A ascensão do Expressionismo Abstrato: Paris por Nova Iorque?

0 comentários
Vamos ao contexto: final da Segunda Guerra Mundial. A Europa devastada pelas consequências de 6 anos de medo e destruição. Por consequência, Paris, que outrora havia sido o centro cultural artístico havia mais de dois séculos, perdera espaço para Nova Iorque, então chamado de novo centro cultural, simbolizado por movimentos de Artes posteriores, que deram início ao período artístico conhecido por "Arte Contemporânea".

O Expressionismo Abstrato foi o rompimento total com a antiga tradição da Arte, já encabeçada pelos Dadaístas nos anos 1910. Levando ao extremo a expressividade do antecessor Expressionismo Alemão, além do Futurismo, Cubismo e Bauhauss, praticamente se caracterizava como uma arte iconoclasta de caráter abstrato, a qual não tinha um grande significado além da expressão do inconsciente do artista.

A arte do "improviso" ganha espaço nas telas de Arshile Groky, Hans Hoffman e Jackson Pollock, também apelidado de "Jack the Dripper" (Jack o Pingador).

Arshile Gorky 
Hans Hoffmann

Jackson Pollock 

domingo, agosto 19, 2012

O ofício docente

0 comentários
Durante a faculdade, lembro que muito se falou nessa questão de dar aula de Arte para crianças, analisar os seus desenhos para saber o que se passa por suas pequeninas cabeças. Slides de Power Point eram passados diante de nossos olhos, enquanto a professora deleitava-se com os traços infantis, comentando por cima sobre o universo encantado infantil.

Só que somente isso não basta para colocarmos à frente uma proposta de qualidade para que possamos apresentá-la aos pequenos, fazendo com que pouco a pouco se familiarizem com a Arte, fazendo-os reconhecer trabalhos, cores, e principalmente tomar gosto por eles.

Um dos desafios que mais me imponho enquanto educadora rodeia a questão do interesse x entendimento. As gerações atuais precisam urgentemente aprender a pensar, e aprender a gostar da Arte que não lhe é apresentada, acima de tudo por ser considerada exclusiva das grandes elites, ou como algo banal e chato. 

Não somente falo das Artes Visuais, mas da leitura, do gosto pelo imaginário, pelo desenvolvimento das capacidades cognitivas, edificadoras no presente e no futuro. Para que se colham frutos maduros, precisa-se plantar as sementes corretamente e regar o solo, para que no futuro nasçam lindas plantinhas. 

Infelizmente, as faculdades não preparam a nós, licenciados ou pedagogos, para lidar com uma sala de aula com 35 alunos, com problemas pessoais e psicológicos fortes, focando-se em discursos demagógicos e idealistas, baseados em autores que têm uma visão superficial e de fora sobre o ofício de ensinar.

Ensinar não é apenas adentrar uma sala de aula, "transmitir" o conteúdo aos alunos, e tratá-los como se fossem apenas objeto de despejo. Neste ponto, sou completamente partidária a Paulo Freire! Há um elemento sim que defendo como fundamental no ensino de qualquer conteúdo: o amor. Risível à primeira vista, mas essencial à atividade docente. O professor que não aprende a amar seu conteúdo, que não aceita os seus alunos não é um professor que seja feliz em sua carreira. Mas é claro que isso não é uma tarefa fácil! Os desafios que surgem dia após dia, os problemas, os dias ruins e a raiva que sentimos ao sermos testados constantemente fazem com que percamos inclusive a saúde, a voz, e o ânimo de fazer deste um mundo melhor.

Já dizia John Lennon: "You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one." O professor é um idealista por natureza. Se seguiu sua carreira por amor àquilo que faz, ele tem sim esperanças de fazer este um mundo melhor, e deixar sua marca por onde passa! 

Mesmo lutando contra a maré, contra as drogas, contra o sistema, contra as famílias desestruturadas e a falta de carinho que há nelas, nós insistimos em dar um pouco de nós aos nossos alunos. Apresentar-lhes alternativas e acima de tudo, encorajá-los a lutar - fazê-los criar gosto pela luta, pela vitória na vida. 

 
Copyright 2010 Arte comentada | Powered by Blogger.