Pages

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

A Arte do cartaz de Toulouse-Lautrec

0 comentários
Nome completo: Henri de Toulouse-Lautrec

Nascido em 1864, morto em 1901.

Henri de Toulouse-Lautrec é originário de uma família nobre, os condes de Toulouse, mas renegou a sua vida de nobre por causa de um incidente durante a sua adolescência. Antes de tornar-se artista, Lautrec adorava montar e atirar, mas quebrou as duas pernas, que se atrofiaram, que fizeram com que ele ficasse com apenas 1,50m de altura, e com o corpo desproporcional, já que suas pernas eram desproporcionais à seu dorso e a sua cabeça.
Teve de largar sua paixão pela montaria e pelo tiro pela arte, que viria a torná-lo famoso.
Lautrec excluiu a própria família ao juntar-se com os "marginais" da Paris do século XIX. Andava no meio das prostitutas, do pessoal do circo, dos boêmios. E notamos que pela sua vida nesse meio, ele retratava essas pessoas em quadros ou litografias, que revolucionaram a imprensa da época, já que ele fazia os cartazes dos cabarés e aquilo, além de divulgar os eventos, viria a divulgar a sua tão nova arte.
Notoriamente, sua arte tinha muito a ver com a de Degas, que não tinha papas na língua ao ridicularizá-lo, justamente porque Lautrec tirou muita coisa da sua arte. Degas era um azedo! Mas pelo menos reconhecia o valor da arte de Lautrec ao dizer: "Bem, Lautrec, está claro que você é um dos nossos." Aliás, pensando justamente nessa semelhança entre as obras de Degas e Lautrec, abaixo anexei duas obras, cada qual de um desses artistas. A primeira se entitula "Prima Ballerina" (Primeira Bailarina), do Degas, a segunda se entitula "La Toilette" (O Toalete), do Toulouse-Lautrec. Notem que o tema gira em torno das bailarinas, tão estudadas por Degas, devido aos seus movimentos.


Outra semelhança entre a obra de Lautrec e a de Degas era o fato de os dois adorarem as gravuras japonesas, que não centralizavam o motivo, e sim o cortavam, dando a impressão de que a imagem fora má posicionada. E isso foi bem mostrado na sua obra. Abaixo, a litografia Divan Japonais nos mostra a essência da obra de Lautrec, bem como a sua obra "O beijo" (encontrada no início do post), que com suas cores vivas e marcantes, que deixam a sua obra com um aspecto plano, quase como um estencil.



Bibliografia:
STRICKLAND, Carol; Arte Comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno; Editora Ediouro; 1999.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Cézanne: Aquele que modificou o plano

0 comentários
Paul Cézanne (1839-1906) dedicou a sua vida a uma grande verdade, que era a sua própria arte. Não pintava para ganhar fama ou se destacar entre os artistas, e sim por causa do conhecimento e da verdade. Teve de enfrentar muito preconceito por parte de Manet, que o entitulada "uma piada", e pra variar, Degas o definia como sendo selvagem, no sentido "caipira".

As pessoas, em início da carreira de Cézanne, não entendiam a sua arte, e faziam críticas duras a seu respeito. Deixamos aqui claro que aquela geração de pessoas ainda não estava preparada para receber, admirar e entender a arte que Cézanne propunha.

Ele mesmo havia convivido com os impressionistas por causa de Pissarro, mas não pensava como eles. Tinha uma problemática em sua arte que se propôs a resolver: daria uma nova aparência ao plano em suas pinturas, sem esquecer da cor. Segundo ele, a cor era um aspecto fundamental, mas dava maior atenção a geometrização dos planos, pintando a realidade segundo esferas, cones, cilindros. Isso se vê nas suas obras "O monte Santa Vitória" (1904-1906), "As banhistas" (1906) e "Natureza-morta com maçãs e laranjas" (1895-1900).

Décadas mais tarde, isso viria a dar origem ao famoso Cubismo, já que este era uma visão geometrizada das coisas.Mesmo com as pessoas o ridicularizando, Cézanne não desistira de sua arte. Isolara-se em Aix, em 1886, só voltando a expor em 1895. Mas aquela nova geração já o apoiava como mestre, e a partir dali suas pinturas passaram a ser admiradas. Ainda com o sucesso que já fazia, o velho Cézanne não ligava mais para isso. O único sentido de sua vida era a arte, então não era deslumbrado com fama ou sucesso.

Assim como Monet pintava incansavelmente, Cézanne também o fazia, dedicando-se de corpo e alma às suas pinturas.
Cézanne morreu em 1906, tendo deixado uma grande contribuição às Artes Visuais.
Bibliografia:
STRICKLAND, Carol; Arte Comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno; Editora Ediouro; 1999.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_C%C3%A9zanne , acessado 11 de fevereiro às 1 hrs e 55 min.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Seurat: O Fundador do Pontilhismo

5 comentários



Georges Seurat
- Nascido em 1859, morto em 1891.
- Conhecido como fundador do Pontilhismo, conhecido também como Divisionismo.
- Personalidade altamente meticulosa, era extremamente cuidadoso, tendo sido apelidado por Degas de "notário", porque usava chapéu alto, terno escuro e calças cuidadosamente passadas (fonte: livro Arte comentada, p. 114)

Seurat foi um artista que morreu cedo. E mesmo tendo morrido cedo, sua contribuição para as Artes fora tamanha que Pissarro escrevera quando ele morreu: "Você pode imaginar a dor de todos aqueles que o seguiram o que estavam interessados em sua pesquisa artística. É uma grande perda para a arte." Tinha um gênio individualista, não gostava de trabalhar em grupos, já que afirmava que quanto mais artistas se reuniam, menos originalidade cada um tinha.

Seurat seria um indivíduo que teria uma personalidade mais voltada para as ciências exatas. Não tinha devaneios, ou sentimentos com relação a sua obra, aliás, nesta, ele era extremamente objetivo. Como ele mesmo disse: "Eles vêem poesia no que fiz. Não, aplico meu método, só isso." Seu método consistia em aplicar pequenos pontos de cor pura, sem misturá-los, para que essas cores, unidas, representassem algo mais, seja volume, figuras, ou texturas quaisquer. Fora que as cores representavam um sentido para ele. As cores quentes representavam a alegria e a energia, enquanto as frias eram consideradas como tristeza e sobriedade. Dá para imaginar o trabalho que dava cada uma dessas obras? Seurat chegava a demorar anos para concluir o seu trabalho, sendo que em 10 anos, produziu apenas 7 pinturas.Sua obra mais famosa é "Um Domingo na grande Jatte", de 1884.



Observem um detalhe interessante: Seurat, assim como os impressionistas, não aplicava preto em suas obras. O amontoado de pontos engana os olhos, já que funde as cores automaticamente. Vista de longe, ninguém diz que essa obra é formada por pequenos pontos, de tão competente que Seurat havia sido em seu trabalho (e que trabalho!).


Bibliografia:
STRICKLAND, Carol; Arte Comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno; Editora Ediouro; 1999.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Os independentes pós-Impressionistas

2 comentários
Escolhi debater sobre o Impressionismo porque foi uma das vanguardas artísticas que mais me inspiraram a fazer escritos acadêmicos durante o ano de 2008.
Achei-a muito interessante não somente pelos artistas que compunham o grupo dos impressionistas, mas também pelas suas obras condizerem exatamente com a personalidade de cada um.
O Impressionismo nasceu na França no ano de 1862, com um caráter totalmente anti-academicista, por isso que exatamente ele demorou um pouco para ser aceito pela sociedade elitista francesa. O que a sociedade queria eram obras com um caráter mais voltado para as normas mais exatas do Renascimento/Barroco, assim como as regras de perspectiva renascentistas e a famosa técnica chiaroscuro (claro-escuro). (Abaixo, "O juramento dos Horácios", de Jacques-Louis David, 1784. Exemplo do chiaroscuro)




A respeito do acontecimento em si, o Impressionismo começou com um grupo de estudantes de Arte que se rebelaram contra o academicismo conservador da época. Irritaram-se por terem que pintar se utilizando de modelos antigos. Eram eles: Monet, Renoir, Bazille e Sisley. E tinham interesse em ir além do que lhes era dado nas aulas, já que queriam pintar ao ar livre, produzir junto aos artistas da aldeia de Barbizon.
Foi no ano de 1874 que o Impressionismo se mostrou a sociedade parisiense. Em uma exposição, Monet havia exposto um quadro entitulado: "Impressão: o nascer do sol". Um crítico de arte, de chacota com a obra de Monet e dos restantes artistas daquela exposição, entitulou aquele grupo de artistas de "os Impressionistas". E pensar que aquele reles deboche viria a dar origem a um dos mais importantes movimentos da Arte.


Os Impressionistas não queriam temas clássicos, aliás, eles mesmos davam uma importância secundária a temas. Seu principal objetivo era o estudo da cor e da luz, já que a fotografia já existia, e retratar a realidade tal como a vemos é algo que já cabia a ela.
Aos olhos do público e dos críticos em Arte, no geral, as obras impressionistas eram vistas como mal feitas, como mal acabadas, porque elas realmente não tinham um acabamento adequado. Justamente o Impressionismo buscava um breve instante na Natureza a ser pintado. Suas pinceladas eram curtas e quase que descuidadas. Como diz o livro "Arte comentada", presente na bibliografia no fim deste escrito: "A cor, segundo descobriram, não é uma característica intrínseca, permanente, de um objeto, mas muda constantemente de acordo com os efeitos da luz, do reflexo ou do clima sobre a superfície do objeto." Justamente por causa da influência da cor na nossa visão de realidade, os impressionistas resolveram levantar essa questão e começaram a realizar estudos acerca disto. (Abaixo, uma das pinturas da série "Nenúfares Aquáticos", de Monet, uma de suas últimas séries de obras)



Vamos dar um exemplo bem simples: a cor de um prédio de dia é diferente da cor de um prédio a noite, principalmente se formos considerar a iluminação pública, que é alaranjada. E era isso que os impressionistas queriam mostrar. Só que acabaram sofrendo muito preconceito por causa do meio acadêmico pariesiense da época, que relutava em aceitá-los.
Uma curiosidade e fato importante a respeito deles era que eles simplesmente não utilizavam o preto, por julgarem "matar" a obra de Arte.
Claro que os impressionistas tinham um líder, e esse líder era Manet, apesar do nome do movimento estar mais relacionado a Monet. Edouard Manet (1832-1883) foi eleito como líder e ídolo dos impressionistas, apesar de ser considerado um artista independente. Seus quadros mais polêmicos, e mais famosos também, são: Almoço na relva (1863), tendo sido este exibido no salão dos recusados, e Olympia (1865). Manet cutucou na ferida das pessoas hipócritas, já que retratou uma mulher nua sem idealizá-la como deusa, e também pela sua técnica não considerada acadêmica, onde não havia gradações de cor, e sim grandes contrastes. E os franceses, hipócritas como eram, só aceitavam mulheres peladas com a denominação Vênus, Afrodite, ou qualquer nome feminino inerente a deusas pagãs.




Enfim, Manet era amigo de Monet, apesar de nunca ter exposto ao lado deles. E Claude Monet (1840-1926) é realmente considerado O líder do Impressionismo. Sempre quis retratar a natureza, dar-lhe vida, cor e movimento. Mas Monet, do grupo dos Impressionistas, era o mais obcecado pela Arte. Tanto é que produziu uma série entitulada "Catedral de Rouen", onde retratou essa catedral sob várias iluminações, durante o dia, a noite e a tarde. E Monet é considerado o "obcecado" do grupo dos Impressionistas, já que sempre estava pintando.


Agora vamos falar de Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), que também foi um elemento importante na história do Impressionismo. Renoir gostava de festa! Já que ele sempre retratava pessoas em momentos felizes. Então se for para simplificar, Renoir poderia ser considerado o "felizinho" do grupo, tal como era a sua personalidade. (Abaixo, "Almoço dos remadores", de 1881)


Edgar Degas (1834-1917) era o "azedo" do grupo dos Impressionistas, diria até mais à parte. Degas tinha ideais diferente dos de Monet e dava mais importância ao movimento. Fora que, graças à influência da tipografia japonesa nas suas obras, ele revolucionou a perspectiva dentro das Artes Visuais. Degas adorava retratar bailarinas, a fim de captar o seu movimento num dado instante. Era fã de carteirinha do Ingres que, para quem não conhece, é um dos ícones do movimento do século XIX entitulado Neo-Classicismo. Fora que ele era amigo (?!) da norte-americana Mary Cassat, considerada impressionista também. Abaixo, a "Primeira Bailarina", obra de 1878.


Ainda temos os restantes impressionistas, não os iniciais que citei no início deste texto (Bazille e Sisley), estou falando de Camille Pissarro (1830-1903), que era considerado o "tiozão" da turma (ele meio que apadrinhou o Cézanne e Gauguin), a própria Mary Cassatt (1845-1926), a Berthe Morisot (1841-1895), que era bisneta de Fragonard e cunhada de Manet (aliás, que foi a principal influência em sua obra).

Se formos tratar de escultura impressionista, podemos falar do grande artista que foi Auguste Rodin (1840-1917), considerado pioneiro na escultura moderna. Rodin dava às suas obras uma impressão de mal acabadas, fora que sempre procurava retratar a espontaneidade. Sobre ele, eu tenho um filme muito interessante a indicar. Eu lembro que a Ivana exibiu ele em sala de aula durante o ano de 2008. Ele entitula-se "Camille Claudel" (1988). Ele fala da história da artista e amante de Rodin, Camille Claudel, que teve uma vida atribulada devido à paixão que ela tinha por ele. Camille é a minha ídola também! Para quem não viu o filme, e quer entender sobre a vida de Auguste Rodin e Camille Claudel, fica a minha indicação.

Voltando ao assunto, o Impressionismo influenciou muita gente. E acabou sendo aceito pela sociedade. Aí chegamos a mais um impasse: viria a ser o Impressionismo o vilão dos posteriores movimentos de Arte que surgiram? Esperem por mais posts...

Bibliografia:
STRICKLAND, Carol; Arte Comentada: da Pré-História ao Pós-Moderno; Editora Ediouro; 1999.
 
Copyright 2010 Arte comentada | Powered by Blogger.