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quinta-feira, novembro 26, 2009

Filme de arte: Pollock (2000) - Opinião e download

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Por sugestão do Professor Michael Chapman, assistimos a um filme que fala da vida e obra de um grande artista da metade do século XX. Estou falando do principal expoente da "action painting", o norte-americano Jackson Pollock.
Não era tão interessada na obra de Pollock até ver esse filme.

Breve comentário: Jackson Pollock era um artista norte-americano que viveu o ápice da sua arte entre os anos 1940 e 1950 (mais precisamente 1956, ano de sua morte). Jackson era um homem introspectivo, extremamente criativo, e sabia se utilizar disso em seus quadros. Mas sempre acabava se frustrando pelos altos e baixos do mundo da Arte e dos artistas, recorrendo ao álcool, que acabou levando-o à morte.
O filme também mostra muito o lado de Lee Krasner, que era a esposa do artista, que o filme mostra como sendo uma mulher de personalidade forte e decidida. Ela é um ponto importante no filme, já que é o pilar de Pollock, e sem ela, ele não teria chegado onde chegou.
O filme conta com a atuação brilhante de Ed Harris (que também fez o Show de Truman), com Marcia Gay Harden, Jennifer Connelly e Val Kilmer.

A quem quiser ver o filme online pela internet, clique neste link.

segunda-feira, novembro 23, 2009

As gotas de Corrie White

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Nem estava procurando nada pra postar no blog, mas pelas minhas andanças no mundo virtual, abri o meu MSN e me dei de cara com essa fotógrafa canadense.
Corrie White, de 61 anos, se define como sendo uma amadora em Fotografia. E o que ela não imaginou foi que as suas gotas em close-up fariam tanto sucesso na Internet através do Flickr. A figura à esquerda é uma fotografia que Corrie fez em homenagem ao Brasil, apesar de não ser as cores do país, como ela mesma disse.

Não há nenhum truque nesses trabalhos, apenas um bom "timming" como disse a própria Corrie. Ela pinga a gota e programa a câmera para tirar a foto 5 segundos depois. É um resultado acidental bem interessante, já que a estética da gota que fica em suas fotografias as tornam intrigantes, mexem com o imaginário.
White usa gotas de leite em algumas de suas fotografias, e para dar um efeito mais interativo, coloca corante alimentício para deixá-las coloridas.

Com relação ao equipament de trabalho, Corrie usa uma digital profissional Canon EOS 50D, o que facilita o zoom, os ajustes mais finos de tempo de exposição, maiores zoom e nitidez de acordo com o que se quer fazer do trabalho.

Referências:

BBC Brasil

Flickr de Corrie White

domingo, novembro 22, 2009

Edgar Koetz e o seu trabalho "Alienados"

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Ano passado algo havia me chamado a atenção na televisão. Uma chamada para um desses programas da RBS que davam aos sábados no horário do almoço. Era sobre um programa chamado "Histórias Extraordinárias" e naquele final de semana (27/03/2008) eles falariam sobre Edgar Koetz e a sua obra "Alienados", que ele construiu no Hospital Psiquiátrico São Pedro em Porto Alegre.

Como tinha que fazer um trabalho de Psicologia da Educação baseado no processo criativo segundo o psicanalista argentino Pichon-Rivière, vi aí a oportunidade perfeita de homenagear um artista gaúcho de grande renome, e falar mais a respeito de como é intrigante o fato de alguém que se encontra no fundo do poço (conforme contarei a seguir) conseguir realizar uma obra de arte com adjetivos inomináveis de qualidade.

O Artista

Agora, muitos aqui que me leem devem estar se perguntando quem foi Edgar Koetz. Pois lhes informo que este gaúcho nascido em Porto Alegre foi um desenhista, gravador, artista gráfico, ilustrador e pintor. Nossa, mas quantas qualidades em uma pessoa só! E isso ainda não é nada!
Edgar começou sua carreira na Editora Globo, tendo reconhecido na litografia a sua arte com Ernest Zeuner. Fundou, com outros artistas, em 1938, a Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa e integrou o Clube da Gravura, durante os anos 1950, juntamente com Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e Blênio Bianchetti.
Mudou-se para Buenos Aires em 1945, onde realizou vários trabalhos, ganhando inclusive prêmios como o Prêmio da Câmara Argentina do Livro, isso durante os cinco anos que permanece em solo argentino.
Em 1952, dois anos após integrar o Clube da Gravura, Koetz se instala em São Paulo, onde assumiu o cargo de coordenador gráfico da Comissão Estadual de Literatura do Governo de São Paulo. Leciona no MASP, e ganha dois prêmios no concurso para os selos comemorativos do 4º centenário da cidade de São Paulo.
Durante os anos 1960, quando retorna a Porto Alegre, produz uma série de pinturas a guache entituladas “Poesias dos Bairros”, que eram uma espécie de retração de registros de seus passeios pela cidade. Era um trabalho de caráter urbano, mais uma visão das calçadas e praças no início do século XX.
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--> A Obra “Alienados”

Em 1964, com a explosão do Golpe Militar, Koetz foi internado no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, após sofrer de depressão por causa da repressão da Ditadura Militar. Os direitos foram banidos, a censura estava lá para impedir a liberdade de pensamento e de expressão, e isso foi um grande baque para Edgar.

Foi então que lhe deu um estalo, e resolveu executar uma série de pinturas a nanquim dos pacientes do Hospital Psiquiátrico onde internaram-no. Tendo sido produzidos 24 desenhos dos pacientes, Edgar faz ali uma obra e ao mesmo tempo um protesto. Durante a Ditadura Militar, o país inteiro estava passando por um período de alienação, devido a censura e a forte repressão. Koetz encontrou ali uma forma de dizer ironicamente que aquelas pessoas eram as consideradas loucas, sendo que, por interesse daquela sociedade, elas eram ditas como tal. Mas que na verdade, não dá totalmente para diferenciar a loucura da sanidade.

Seu processo criativo foi feito de maneira espontânea, sem rascunhos, borracha ou qualquer tipo de esboço anterior. Eram feitos diretamente sobre o papel, com o pincel embebido na nanquim, o que deixou o seu trabalho com uma aparência mais espontânea, com traços simples. Fora que o desenho tinha um tristeza implícita, expressada por ele no rosto de cada um dos 24 pacientes que retratou. Uma curiosidade é que os 24 desenhos de Edgar Koetz foram em exposição no MARGS em 2004, sendo que alguns deles inclusive fazem até parte do acervo do próprio MARGS.

O documentário da RBS encontra-se neste link, para quem não viu e tiver curiosidade de ver. Inclusive até dispensa que eu mostre imagens, porque o próprio documentário faz questão de mostrar bem os trabalhos de Koetz. 


Leituras complementares (a quem quiser ler algo fora deste blog):

O depoimento de Celso Koetz, filho de Edgar


Um site com apanhados de textos de Pichon-Rivière, a quem quiser se fundamentar


Referências:

Site do MAC


Site do Margs

segunda-feira, novembro 09, 2009

O drama no trabalho de Arminda Lopes

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É realmente com muito gosto que torno aqui novamente ao blog para fazer um post exclusivamente a uma artista de quem particularmente sou muito fã.

Na mesma ocasião em que visitei os museus em Porto Alegre, fui até o Museu Júlio de Castilhos admirar o trabalho da escultura gaúcha Arminda Lopes.

Mas por que eu escolhi falar do trabalho dela? Bem, eu me apaixonei pela obra da Arminda já em 2007, no primeiro ano de curso, quando ela expos no Margs. Na mesma ocasião, estavam em exposição as gravuras do artista espanhol Goya, conhecidíssimo por suas obras na Europa no século XVIII.

É realmente uma grande responsabilidade falar a respeito de uma artista com a qual já conversei, e inclusive a tenho favoritada em meu blog, porque eu fico morrendo de medo de falar alguma besteira.

Enfim, já que não posso adivinhar o que pensa a escultura Arminda Lopes, posso dizer, segundo o que vejo e os conhecimentos que tenho em Artes Visuais nestes 3 anos de estrada, que é um trabalho que não tem como passar despercebido.

A Arminda consegue trazer à tona toda aquela angústia ou dor inerente ao ser humano. Suas esculturas (nas duas oportunidades que eu tive de vê-las ao vivo) são envolventes, são densas, e altamente expressivas. Elas expressam o drama do sentimento humano em sua maior essência.

À primeira vista, havia pensado que suas esculturas eram feitas de barro. Mas olhando mais de perto, pude perceber que eram de metal. Genial! Realmente fiquei muito impressionada ao perceber a grande jogada. Eram de metal, mas pareciam argila. E eram esculturas relativamente grandes! Todas elas com temas polêmicos, como uma série inteira que eu vi sobre crianças sofridas pelas mazelas do mundo (acho que eram da exposição "Miseráveis"). A Arminda que me corrija se eu estiver errada.

Nesta última exposição no Margs, pude acompanhar um trabalho seu do Júlio de Castilhos. Era a exposição "Estados da Alma". Onde havia uma tenda, com vários bustos que formavam meio que um corredor. Uma música sinistra tomava conta do ambiente. Diversas esculturas de, em média, uns 2 metros de altura, tomavam a sala, penduradas por um cabo de metal, e estavam devidamente iluminadas, quase como um palco de teatro. Ao fundo, uma figura de uma mulher deitada de bruços, com aparente expressão de sofrimento. Mais à frente encontramos uma cena que mais parece um sacrifício humano, bem como, acima encontramos um plástico, ou tecido, que era o molde da mesma mulher que antes estava de bruços.

É um trabalho que vale a pena conferir. Quem não conhece, deveria procurar se informar a respeito do trabalho de Arminda Lopes. Quem quiser conferir mais imagens, acesse os sites das referências.

Referências:

Site oficial da escultora Arminda Lopes

Blog da escultora

sábado, novembro 07, 2009

7ª Bienal do Mercosul

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Por fim, não poderia deixar de tratar aqui a respeito da Bienal do Mercosul, já que ela traz à tona artistas novos, artistas de renome, e como este blog tem por finalidade divulgar a arte, só que de um ponto de vista leve e descontraído, resolvi colocar algumas coisas que me chamaram a atenção, já que acredito que não há como compor um escrito sem ter uma pitadinha de opinião pessoal.

A 7ª Bienal do Mercosul - Grito e Escuta, acontece em Porto Alegre até o dia 29 de novembro. A quem quiser se informar mais, colocarei nas referências o site da 7ª Bienal.

Sobre a exposição no Santander Cultural, farei um breve comentário. Toda a Arte presente no Santander era baseada no vídeo-arte. Era bastante interessante ver vídeos que continham cenas de luta (onde os homens mal se tocavam), ou cenas do Tony Hawk (se não era, era MUITO parecido), ou até mesmo vídeos no chão, que é realmente muito interessante, porque era uma coisa muito óbvia, mas que a gente não costuma ver muito. Ou ainda a obra de um artista, que infelizmente não peguei o nome, que fez um vídeo-arte de um caminhão de brinquedo que andava praticamente em círculos.

As obras que mais me chamaram a atenção foram as que eu encontrei no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli). Há muitos artistas de renome que participaram dessa exposição da Bienal. Há alguns que já fazem parte do acervo do próprio MARGS.

Pela ordem, começarei pelo carioca Cildo Meirelles, nascido em 1948. Dois trabalhos em particular dele me chamaram a atenção. O primeiro é o "Introdução a Nova Crítica" (1970), que consiste em uma cadeira com pregos situada abaixo de uma tenda de tecido preto. Quem foi ao Margs vai saber do que estou falando. Para compreendermos essa obra, temos que saber que Cildo Meirelles protestava contra a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), e que essa obra de caráter conceitual é nada mais do que uma visão do mundo daquela época, até mesmo pelo ano em que foi feita. A Ditadura veio para reprimir os artistas, que obviamente se sentiam em uma cadeira com pregos, e com a visão tapada pelos panos pretos.


A outra obra que me chamou a atenção foi a entitulada "Malhas da Liberdade" (1976). Não pelo significado presente nela, que até mesmo pelo título, podemos perceber que tem a ver com o seu protesto contra a censura. Mas pela impressão estética de estabilidade que ela nos causa. Ela é toda simétrica, e nos dá uma certa impressão de harmonia.

A quem quiser ler mais a respeito dos trabalhos do Cildo Meirelles na 7ª Bienal do Mercosul, indico o site da própria Bienal que fala a respeito disso. Para visualizar, clica aqui.

Seguindo adiante, chegamos à colombiana Johanna Calle (1965), nascida em Bogotá. O trabalho que me chamou a atenção foi a série "Cartas" de 2008, que fazem parte do seu acervo em Bogotá. Chama a atenção por mostrar-nos uma sensação de confusão com relação às letras.

"Os conflitos de enunciação têm sido pesquisados por Johanna Calle, que, a partir de centenas de cartas enviadas para uma convocatória aberta nacional, focaliza sobre esses momentos quase imperceptíveis que revelam um mundo através do erro ou da articulação de um modismo regional ou social. Destacando determinadas frases, resgata a voz de pessoas - muitas delas retiradas dos seus territórios, ou silenciadas."



Não deixemos de falar do argentino Leon Ferrari (1920). O interessante em seus trabalhos é a instabilidade da linha e a ideia que ela nos dá. Os trabalhos que expos na Bienal, nenhum deles têm título. Provavelmente ele quis dar asas à nossa imaginação, já que suas linhas possibilitam uma "viagem" pelos confins de nossa mente. Abaixo, um exemplo do seu trabalho de 1976.

Merece atenção a obra do uruguaio Ricardo Lanzarini. Mas por que? Ricardo Lanzarini brinca com os pequenos detalhes e nos dá uma visão muito engraçada das coisas, já que seu traço lembra muito a caricatura. Seus desenhos são dotados de traços de tinta. E é interessante que tu podes passar uma tarde inteira olhando para um trabalho dele sem ter visto tudo o que há na obra que tu estás analisando. Eu arrisco a dizer que ele teve uma influência de Bosch, devido ao caráter detalhista e surrealista de sua obra. Abaixo, uma comparação entre uma obra do mestre fantástico Bosch, e a obra de Ricardo Lanzarini.


Há ainda o argentino Fermín Eguía, nascido em 1942. A obra que mais me chamou a atenção foi as sátiras que ele faz do mundo contemporâneo retratando "narizes" no lugar da cara das pessoas.



Indo direto às obras do acervo do Margs, me deparo com obras de cunho regionalista como é o caso do nosso gaúcho Pedro Weingartner, que tem obras espalhadas pelos museus brasileiros. A obra que mais me chamou a atenção, que é do acervo do Margs é a "Estudo para 'O bolicho' ". Fiquei de conseguir as imagens, então, assim que eu consegui-las, exponho aqui no blog.

Outro é o artista natural de Bagé Glênio Bianchetti, com a sua xilogravura "Jogo do Osso", de 1955, que também faz parte do acervo do Margs. Lembra quando eu tinha falado na importância de divulgar a cultura gauchesca? Pois Glênio é uma excelente referência!


Puxando um pouco a sardinha para a minha brasa, vou divulgar uma serigrafia de um artista conterrâneo meu. Estou falando de Henrique Léo Fuhro, natural de Rio Grande, nascido em 1938 e morto em 2006. Abaixo, s/ título, uma serigrafia sua de 1980, que é acervo do Margs.

Também é interessante pra quem mora ou passeia por Porto Alegre, que preste mais atenção no Parque Marinha e no Gasômetro, que lá tem obras públicas bem interessantes. Incluindo a de artistas de grande renome como o Xico Stockinger (de quem eu pretendo fazer um post mais adiante), Mauro Fucke e Amílcar de Castro. Quem quiser ver mais a respeito, deixei o site da Bienal nas referências.

Referência:

Site da 7ª Bienal do Mercosul - Grito e Escuta
 
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