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sábado, novembro 07, 2009

7ª Bienal do Mercosul

Por fim, não poderia deixar de tratar aqui a respeito da Bienal do Mercosul, já que ela traz à tona artistas novos, artistas de renome, e como este blog tem por finalidade divulgar a arte, só que de um ponto de vista leve e descontraído, resolvi colocar algumas coisas que me chamaram a atenção, já que acredito que não há como compor um escrito sem ter uma pitadinha de opinião pessoal.

A 7ª Bienal do Mercosul - Grito e Escuta, acontece em Porto Alegre até o dia 29 de novembro. A quem quiser se informar mais, colocarei nas referências o site da 7ª Bienal.

Sobre a exposição no Santander Cultural, farei um breve comentário. Toda a Arte presente no Santander era baseada no vídeo-arte. Era bastante interessante ver vídeos que continham cenas de luta (onde os homens mal se tocavam), ou cenas do Tony Hawk (se não era, era MUITO parecido), ou até mesmo vídeos no chão, que é realmente muito interessante, porque era uma coisa muito óbvia, mas que a gente não costuma ver muito. Ou ainda a obra de um artista, que infelizmente não peguei o nome, que fez um vídeo-arte de um caminhão de brinquedo que andava praticamente em círculos.

As obras que mais me chamaram a atenção foram as que eu encontrei no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli). Há muitos artistas de renome que participaram dessa exposição da Bienal. Há alguns que já fazem parte do acervo do próprio MARGS.

Pela ordem, começarei pelo carioca Cildo Meirelles, nascido em 1948. Dois trabalhos em particular dele me chamaram a atenção. O primeiro é o "Introdução a Nova Crítica" (1970), que consiste em uma cadeira com pregos situada abaixo de uma tenda de tecido preto. Quem foi ao Margs vai saber do que estou falando. Para compreendermos essa obra, temos que saber que Cildo Meirelles protestava contra a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), e que essa obra de caráter conceitual é nada mais do que uma visão do mundo daquela época, até mesmo pelo ano em que foi feita. A Ditadura veio para reprimir os artistas, que obviamente se sentiam em uma cadeira com pregos, e com a visão tapada pelos panos pretos.


A outra obra que me chamou a atenção foi a entitulada "Malhas da Liberdade" (1976). Não pelo significado presente nela, que até mesmo pelo título, podemos perceber que tem a ver com o seu protesto contra a censura. Mas pela impressão estética de estabilidade que ela nos causa. Ela é toda simétrica, e nos dá uma certa impressão de harmonia.

A quem quiser ler mais a respeito dos trabalhos do Cildo Meirelles na 7ª Bienal do Mercosul, indico o site da própria Bienal que fala a respeito disso. Para visualizar, clica aqui.

Seguindo adiante, chegamos à colombiana Johanna Calle (1965), nascida em Bogotá. O trabalho que me chamou a atenção foi a série "Cartas" de 2008, que fazem parte do seu acervo em Bogotá. Chama a atenção por mostrar-nos uma sensação de confusão com relação às letras.

"Os conflitos de enunciação têm sido pesquisados por Johanna Calle, que, a partir de centenas de cartas enviadas para uma convocatória aberta nacional, focaliza sobre esses momentos quase imperceptíveis que revelam um mundo através do erro ou da articulação de um modismo regional ou social. Destacando determinadas frases, resgata a voz de pessoas - muitas delas retiradas dos seus territórios, ou silenciadas."



Não deixemos de falar do argentino Leon Ferrari (1920). O interessante em seus trabalhos é a instabilidade da linha e a ideia que ela nos dá. Os trabalhos que expos na Bienal, nenhum deles têm título. Provavelmente ele quis dar asas à nossa imaginação, já que suas linhas possibilitam uma "viagem" pelos confins de nossa mente. Abaixo, um exemplo do seu trabalho de 1976.

Merece atenção a obra do uruguaio Ricardo Lanzarini. Mas por que? Ricardo Lanzarini brinca com os pequenos detalhes e nos dá uma visão muito engraçada das coisas, já que seu traço lembra muito a caricatura. Seus desenhos são dotados de traços de tinta. E é interessante que tu podes passar uma tarde inteira olhando para um trabalho dele sem ter visto tudo o que há na obra que tu estás analisando. Eu arrisco a dizer que ele teve uma influência de Bosch, devido ao caráter detalhista e surrealista de sua obra. Abaixo, uma comparação entre uma obra do mestre fantástico Bosch, e a obra de Ricardo Lanzarini.


Há ainda o argentino Fermín Eguía, nascido em 1942. A obra que mais me chamou a atenção foi as sátiras que ele faz do mundo contemporâneo retratando "narizes" no lugar da cara das pessoas.



Indo direto às obras do acervo do Margs, me deparo com obras de cunho regionalista como é o caso do nosso gaúcho Pedro Weingartner, que tem obras espalhadas pelos museus brasileiros. A obra que mais me chamou a atenção, que é do acervo do Margs é a "Estudo para 'O bolicho' ". Fiquei de conseguir as imagens, então, assim que eu consegui-las, exponho aqui no blog.

Outro é o artista natural de Bagé Glênio Bianchetti, com a sua xilogravura "Jogo do Osso", de 1955, que também faz parte do acervo do Margs. Lembra quando eu tinha falado na importância de divulgar a cultura gauchesca? Pois Glênio é uma excelente referência!


Puxando um pouco a sardinha para a minha brasa, vou divulgar uma serigrafia de um artista conterrâneo meu. Estou falando de Henrique Léo Fuhro, natural de Rio Grande, nascido em 1938 e morto em 2006. Abaixo, s/ título, uma serigrafia sua de 1980, que é acervo do Margs.

Também é interessante pra quem mora ou passeia por Porto Alegre, que preste mais atenção no Parque Marinha e no Gasômetro, que lá tem obras públicas bem interessantes. Incluindo a de artistas de grande renome como o Xico Stockinger (de quem eu pretendo fazer um post mais adiante), Mauro Fucke e Amílcar de Castro. Quem quiser ver mais a respeito, deixei o site da Bienal nas referências.

Referência:

Site da 7ª Bienal do Mercosul - Grito e Escuta
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