Essa semana tivemos a nossa primeira aula de fotografia, e a professora pediu uma pesquisa a respeito de alguns fotógrafos. Como escolhi o sueco Rejlander, resolvi postar no blog as pesquisas que fiz acerca dele, e da sua obra "Duas formas de Vida", presente abaixo.
-->Nascido na Suécia em 1813, e morto em 1875, em Londres.
Rejlander era um sueco que estudou pintura na Itália. Nos anos 1840 mudou-se para a Inglaterra, onde foi estimulado pelos assistentes de Fox Talbot (um dos fotógrafos mais importantes da época) a investir na arte da fotografia.
Sua mais famosa fotografia é uma alegoria entitulada “Duas formas de vida”, de 1857, que retrata um sacerdote guiando dois jovens para a maturidade. Um deles se inclina à vida de perdição, tanto é que observamos os elementos que constituem o seu lado; há uma mulher nua ao chão, e outras duas seminuas, com expressões insinuantes à esquerda de quem vê a obra. Já no outro lado, o outro jovem parece-se inclinado a uma vida mais moralista, tanto é que observamos uma mulher com ares puritanos, com um véu, há uma família e pessoas trabalhando. Mostra as inclinações das pessoas e as tentações da vida. Literalmente, duas formas de se levar a vida.
Quando exposta em 1857, em Manchester (Inglaterra), a obra causou choque pelo fato de haverem mulheres nuas, mesmo não se impressionando com os nus em pinturas ou esculturas. Mas, para o pensamento da época, a fotografia era real demais, portanto uma afronta aos bons costumes. Quando exposta na Escócia, o lado esquerdo da obra chegou a ser encoberto. Entretanto, essa obra encorajou muitos artistas visionários a seguirem a fotografia, provando que, tudo que choca, no fundo gera alguma ideia nova (a exemplo do Impressionismo na França). Até mesmo a Rainha Victoria comprou um exemplar para o seu marido por dez guinés, dando um prestígio à arte de Rejlander.
Essa foto exigiu um estudo meticuloso e uma imensa quantidade de luz, já que não havia muitos recursos para a fotografia naquela época. O mais curioso nela é que ela simplesmente não passa de uma montagem, ou uma ilusão. Foram usados mais de trinta negativos nas impressões, ou seja, o grupo não foi fotografado junto, e sim individualmente, para depois serem encaixados conforme a conveniência (era uma fotomontagem). Suas medidas são enormes, sendo uma fotografia de aproximadamente 76 cm x 40 cm. Um observador de notas fotográficas assim a classificou (em 28 de abril de 1857): “Magnífico... Decididamente a melhor fotografia de sua classe nunca pronunciada...”
Henry Peach Robinson, escrevendo sobre ele e sua obra:
“Com a generosa intenção de ser do uso de fotógrafos, e para promover a causa da arte ele, infelizmente, descreveu o método pelo qual as figuras são feitas; os pequenos truques e artimanhas aos quais ele teve que recorrer; como faltava uma arquitetura clássica como seu fundo, ele teve que se contentar com um pequeno pórtico no jardim de um amigo seu; assim como fez parecer pequenos pedaços de tapeçaria representarem enormes cortinas.
Assim, ele deu a pista que os críticos espertos tanto queriam, e foi obrigado a declarar que a figura não passava de retalhos. É muito mais fácil chamar a fotografia de uma combinação de retalhos do que a compreensão do verdadeiro sentido de um trabalho soberbo como é esta obra prima de Rejlander.”
Rejlander não gostava de usar as palavras que poderiam vir a ferir os sentimentos dos outros. Isto ficou bem claro nesta afirmação sua:
“Virá o tempo em que um trabalho será julgado pelos seus méritos, não através do método de produção...”
PS: Algumas partes deste escrito foram traduzidas do site presente nas referências.
Referência:
http://www.rleggat.com/photohistory/history/rejlande.htm