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sábado, outubro 31, 2009

Um pouco das mandalas

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Depois de ter falado um pouco das mandalas nas culturas indiana e chinesa, venho aqui tratar de um post que fala exclusivamente das mandalas. A ideia? Justamente um trabalho no primeiro ano que fizemos com a professora Cleusa, que impressionada com o trabalho da nossa colega Juliana, resolveu elaborar um trabalho em aula mostrando as mandalas de nossos colegas. O pessoal todo foi bem criativo com relação à execução e cada um vez a mandala de acordo com o que achavam melhor e mais a ver com o universo de cada um.

Antes de tratar o conteúdo, gostaria de lembrar que na sua essência,
a mandala é toda e qualquer forma com um centro fixo, e subdivisões que saem desse centro. Uma margarida e um trevo de quatro folhas tem a forma de uma mandala.

A mandala como conhecemos (que tem o significado sânscrito de "círculo") tem origem oriental e trata da relação do homem com o universo. Vemos também o quanto as coisas são cíclicas através delas, do quanto o universo está em perfeita interação, de acordo com a cultura do oriente de uma maneira geral, mais precisamente presente no Budismo, apesar de ter surgido a partir do Hinduísmo. Abaixo, a Grande Mandala do Buda Vairochana.




Ela é dotada de simbologia e significados, utilizada principalmente nas religiões. De acordo com Micheline Flak e Jaques de Coulon (1997), a mandala no sentido de forma não é monopólio do Tibete ou da Índia, sendo considerada de maneira universal por se encontrar em praticamente todas as culturas mundiais. Inclusive é até interessante desmistificar essa ideia, já que muitas culturas atribuem à forma da mandala diversos aspectos inerentes ao seu modo de pensar e viver.

Podemos citar diversos símbolos que contêm a forma de uma mandala que nos são muito comuns no nosso dia-a-dia, e que se pararmos para pensar, são passivos de reflexão. Observa na tua casa mesmo! Pergunto-te: Que horas são? Quem sabe tu vás até o relógio da cozinha e me diga, sem ao menos perceber que o próprio relógio na sua forma tradicional, redondo, com doze divisões, não deixa de ter a forma de uma mandala. Serve para contar O TEMPO!

Acho que todas as pessoas sabem me dizer o que é uma rosa dos ventos. A rosa dos ventos serve para a orientação dos pontos cardeais! Sim, aqueles mesmos que tu aprendes na escola (norte, sul...), para quem teve aula de Geografia. É um símbolo em forma de mandala, já que ela, como falei anteriormente, possui um centro e divisões a partir dele.

Como citei no início desse post, temos o famoso trevo de quatro folhas, significado supersticioso de "boa sorte". Ninguém nunca percebeu que ela possui a forma de mandala?






A forma mandala inclusive é muito utilizada para a decoração de casas. Observa vitrais de janelas redondas, observa a ornamentação presente na maçaneta redonda de muitas portas. São formas de mandala...


Por fim... Só quis acrescentar um pouco do universo "mandalístico", já que estava há horas para fazer um post só me dedicando às minhas queridas mandalas. Ao pessoal da minha área, que é as Artes Visuais, devem entender que a própria mandala é um exercício de criatividade quando nos determinamos a fazer uma, e colori-la da maneira que acharmos melhor. Abaixo, alguns trabalhos de colegas meus. Espero que eles não se importem de eu tê-los exposto. Eles são de 2007, da aula de Expressão em Superfície e Volume da professora Cleusa.






Referências:

DAHLKE, Rüdiger; Mandalas: formas que apresentam a energia do cosmos e a energia divina; Editora Pensamento-Cultrix; São Paulo; 1997.

http://www.samsara.blog.br/2007_12_01_archive.html

quinta-feira, outubro 22, 2009

GTO : Geraldo Telles de Oliveira (1913 - 1990)

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Conheci esse artista por meio do professor Geraldo, que já nos havia apresentado o GTO em uma aula de Desenho do segundo ano.
Falarei aqui sobre ele mais por uma questão de admirar o seu trabalho, e de ver que o artista pode ser grande e humilde simultaneamente.
O GTO não tinha formação acadêmica, e foi uma pessoa simples durante toda a sua vida. Há diversos sites que coloquei nas referências que falam mais a respeito de sua vida e obra, mas vou me limitar a comentar as suas obras, que foram de grande valia para o patrimônio artístico brasileiro.
Aliás, o que mais chama a atenção era o fato de ele ter sido, em vida uma pessoa simples. Isso mostra o valor de sua arte, e que ele não precisava simplesmente dizer o que estava óbvio para todo mundo, que era a qualidade estética das suas esculturas.

GTO era conhecido como "o escultor dos sonhos", já que ele mesmo dizia que sonhava com as esculturas e as fazia sem ter conhecimento algum em escultura. Talhava madeira e chegava ao resultado desejado. Claro, me esqueci de dizer que ele era autodidata. Um "curioso", digamos assim.
Mas depois que ele foi descoberto, na década de 60, ele começou a participar de exposições individuais, incluindo a Bienal de Veneza em 1980. Ele se utilizava do cedro para fazer as suas esculturas, que eram todas de aspecto geometrizado e repetitivo. Ele fazia geralmente figuras humanas encaixadas formando algo ornamentado. Ao mesmo tempo, observa-se, que era um trabalho simples, quase um artesanato.


Eu particularmente sou apaixonada pelas formas de mandala que ele faz nos trabalhos dele. Haja precisão para conseguir encaixar os "bonequinhos" dentro destes círculos! Fora que nos dá uma impressão quase que ritualística de suas obras, por causa do aspecto de suas composições na escultura.

Para complementar, achei um vídeo de 1 minuto e meio no youtube, que fala rapidamente sobre o seu trabalho. Apesar do vídeo ser do filho (ou neto) dele, acho importante divulgar.




Referências:

Site do Itaú Cultural

Site Bolsa de Arte


Site Comartevirtual

quarta-feira, outubro 21, 2009

O movimento neoconcreto

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Voltando um pouco aos artistas contemporâneos, dos quais tenho me mantido afastada nos últimos tempos por conta dos estudos que tenho feito a respeito de culturas fora do Brasil e da Europa, resolvi então retomar os estudos e falar a respeito de um movimento que marcou a arte contemporânea brasileira. Falar desse movimento é falar de artistas como Amílcar de Castro, Lygia Clark, Hélio Oiticica e até mesmo o crítico de arte e poeta Ferreira Gullar.
Dois grupos formavam o movimento neoconcreto: o grupo frente (do Rio de Janeiro) e o grupo ruptura (de São Paulo). Mas devido às divergências entre esses dois grupos, o movimento neoconcreto durou apenas de 1959 a 1961.
Mas como o que realmente interessa aqui é o trabalho deles, o que posso dizer é que todos têm um trabalho que se assemelha com relação a inovação da escultura e da instalação. Amílcar de Castro gostava de expor as suas obras em espaços públicos, lembrando que todas elas eram dotadas de uma forte influência geométrica, fora a ausência de base das suas esculturas (tal como fazia o escultor romeno Brancusi); Lygia Clark fazia um trabalho belíssimo e inovador em gravura, fora que é um nome obrigatório a quem quiser saber mais a respeito da Arte-terapia; Hélio Oiticica também é um excelente exemplo no que diz respeito às instalações, mas ficou famoso mesmo pela sua arte performática com os "parangolés", que ele fazia em espaços públicos com materiais como o plástico.
Da maneira que expunham suas obras, parecia que queriam mexer com a questão do contexto da obra de arte. Ao colocar uma obra em um espaço público, dá-se um significado a ela, já que ela se torna um objeto do cotidiano de todas as pessoas que usufruem da sua vista, perdendo um pouco a sua contextualização. Ou seja, tu olhas com um determinado olhar uma obra em um museu, qual seria esse teu olhar fora desse ambiente artístico? Ou arriscaria dizer ambiente "adequado"? Algo para se questionar! Nem sempre o que é "adequado" é necessariamente o correto.




A obra acima é um exemplo do trabalho do Amílcar de Castro, que tirei do site do próprio artista. É um trabalho que focaliza exatamente aquilo que eu já havia dito antes com relação à forte influência geométrica nas suas obras. De caráter abstrato, mexe com o nosso imaginário! Causando sensações estéticas bem interessantes.




O quadro acima é um óleo sobre tela de Lygia Clark, entitulado "Escada", de 1951. Encontramos no exemplo acima mais elementos a respeito do geometrismo que esses vanguardistas neoconcretos buscavam.


A foto acima mostra a "baba antropofágica", de 1973, que faz parte do time de arte performática de Lygia Clark. Estou na dúvida se digo que é uma arte performática ou uma arte-terapia, já que até mesmo podem ser os dois! O que posso dizer, segundo um trabalho que fiz no primeiro ano, é que nesse trabalho se utilizava tecidos, linhas, plásticos, e isso mexia de uma tal forma com o psicológico da pessoa, que uma aluna da Lygia Clark durante uma sessão dessas desmaiou!

Depois que ouvi falar do recente incêndio que acometeu as obras do famoso Hélio Oiticica, saí correndo para pesquisar a respeito desse artista (uma vergonha, já que deveria ter feito isso antes!). Confesso que não me identifico muito com os seus "paragolés", vestidos inclusive pelo Caetano Veloso (segunda figura abaixo), mas como toda a forma de arte que merece respeito, estou divulgando, já que entendo a sua contribuição para a Arte Contemporânea Brasileira. Mas o trabalho que realmente me prendeu a atenção foi a instalação que mostro na figura abaixo. Ela dá uma impressão de distorção da realidade e do ambiente. Fora aquilo que eu já havia dito antes, da predominância de formas geométricas.


Para encerrar com chave de ouro esse texto a respeito do Neoconcretismo, achei um vídeo no Youtube a respeito de um relato do Ferreira Gullar, narrando a sua trajetória ao lado do seu colega de vanguarda, Amílcar de Castro. Tem mais de uma hora, mas vale a pena conferir para quem quer ter um melhor entendimento sobre o assunto. Ninguém melhor que o Ferreira Gullar para dissertar sobre o Neoconcretismo!



Referências:

http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/frente/index.html

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=4274


http://www.amilcardecastro.com.br/#


http://lauradavina.com/blog/tag/performance/


http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/frente/clark/index.html
 
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