Andei ausente por algum tempo por estar preocupada com os meus estágios, já que estou no último ano do curso de Artes, da FURG (conforme diz o meu perfil no blogger).
Só que, ao invés de procurar um tema novo, que tal trazer a preocupação do estágio e compartilhá-la no blog? Há tempos estava preocupada sobre que assunto abordar com uma turma de 5ª série do ensino fundamental.
Inicialmente, eu e a minha companheira de estágio Natália, tínhamos em mente trabalhar com papel com as crianças. Engano nosso na nossa primeira observação de aula no CAIC, que é uma escola de ensino fundamental vinculada a nossa universidade. As crianças eram muito dispersas, e agitadas, como qualquer turma NORMAL de 5ª série. Vimos ali que não daria certo trabalhar com um tema que exigisse tamanha concentração e habilidade motora.
Fora que não estávamos trabalhando com um assunto que provavelmente interessasse a eles. Então em meio às nossas conversas inclusive com a professora Rita Patta Rache, tivemos a brilhante ideia de trabalhar o graffiti em sala de aula.
Mas por que o graffiti? Como o graffiti influencia tanto na vida dessas crianças?
A resposta parece mais simples de ser respondida. O problema das aulas de Arte do ensino fundamental, especificamente, é a falta de conexão entre os conteúdos programáticos (normalmente visando a história da Arte europeia) e a realidade de vida dos educandos.
Procurar uma oportunidade de Ensino de Artes em meio a uma cultura que se difundiu na periferia é um excelente modo de trazer de volta à mente dos alunos uma aula que vise estimular a criatividade, e o encontro da identidade do pré-adolescente.
Artes nas aulas geralmente é conhecida como a "aula do 'tudo pode'". Geralmente acaba virando bagunça por uma falta de conteúdo fixo, como as outras disciplinas. Por isso que é importante que os professores se atentem a isso, e se usem dessa lacuna das Artes para que eles mesmos passem a analisar os interesses dos alunos e tragam até eles uma cultura que realmente lhes dirá algo, que fale a sua língua.
O ensino de Artes é um assunto muito delicado, porque o professor deve orientar os seus alunos procurando interferir ao mínimo a produção do educando. Não deixá-lo largado com o "laissez-faire", mas ao mesmo tempo não criar uma aula rígida, onde os alunos se sintam presos.
Uma verdade bem interessante que aprendi é: O conteúdo deve adaptar-se aos alunos e não o contrário.
Claro que disciplina é importante e um professor deve ter o chamado "domínio de turma". Um livro interessante que comprei nesse final de semana, justamente preocupada com essa questão, foi um do Celso Antunes entitulado "Professor bonzinho = aluno difícil: A questão da indisciplina em sala de aula". É bem interessante. É uma leitura simples, gostosa e sem rodeios. Celso Antunes simplesmente nos dá conselhos práticos sobre como trabalhar com as turmas. Ensina a sobre como impor autoridade sem ser autoritário.
Esse texto foi somente uma explanação sobre a ideia que tive de trabalhar com estas crianças a respeito do graffiti. Quanto ao conteúdo do graffiti, pretendo trazê-lo conforme o andamento das aulas, e dando a minha narrativa. Espero que isso sirva de ajuda para professores ou estagiários como eu, já que ideias são sempre boas, e a gente está sempre aprendendo e ensinando ao mesmo tempo.
Referências (não estão segundo a ABNT):
"A arte-educação cria elos com o cotidiano?" - José Augusto Avancini; Porto Alegre, 1995.
"A Pluralidade cultural e o ensino de Arte" - Ivone Mendes Richter; Ijuí, 2004.
"Resistência à aprendizagem" - Filosofia Espírita para crianças; http://www.universoespirita.com.br
segunda-feira, abril 26, 2010
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