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segunda-feira, abril 26, 2010

Graffiti como ferramenta pedagógica

Andei ausente por algum tempo por estar preocupada com os meus estágios, já que estou no último ano do curso de Artes, da FURG (conforme diz o meu perfil no blogger).
Só que, ao invés de procurar um tema novo, que tal trazer a preocupação do estágio e compartilhá-la no blog? Há tempos estava preocupada sobre que assunto abordar com uma turma de 5ª série do ensino fundamental.
Inicialmente, eu e a minha companheira de estágio Natália, tínhamos em mente trabalhar com papel com as crianças. Engano nosso na nossa primeira observação de aula no CAIC, que é uma escola de ensino fundamental vinculada a nossa universidade. As crianças eram muito dispersas, e agitadas, como qualquer turma NORMAL de 5ª série. Vimos ali que não daria certo trabalhar com um tema que exigisse tamanha concentração e habilidade motora.
Fora que não estávamos trabalhando com um assunto que provavelmente interessasse a eles. Então em meio às nossas conversas inclusive com a professora Rita Patta Rache, tivemos a brilhante ideia de trabalhar o graffiti em sala de aula.
Mas por que o graffiti? Como o graffiti influencia tanto na vida dessas crianças?

A resposta parece mais simples de ser respondida. O problema das aulas de Arte do ensino fundamental, especificamente, é a falta de conexão entre os conteúdos programáticos (normalmente visando a história da Arte europeia) e a realidade de vida dos educandos.
Procurar uma oportunidade de Ensino de Artes em meio a uma cultura que se difundiu na periferia é um excelente modo de trazer de volta à mente dos alunos uma aula que vise estimular a criatividade, e o encontro da identidade do pré-adolescente.
Artes nas aulas geralmente é conhecida como a "aula do 'tudo pode'". Geralmente acaba virando bagunça por uma falta de conteúdo fixo, como as outras disciplinas. Por isso que é importante que os professores se atentem a isso, e se usem dessa lacuna das Artes para que eles mesmos passem a analisar os interesses dos alunos e tragam até eles uma cultura que realmente lhes dirá algo, que fale a sua língua.
O ensino de Artes é um assunto muito delicado, porque o professor deve orientar os seus alunos procurando interferir ao mínimo a produção do educando. Não deixá-lo largado com o "laissez-faire", mas ao mesmo tempo não criar uma aula rígida, onde os alunos se sintam presos.

Uma verdade bem interessante que aprendi é: O conteúdo deve adaptar-se aos alunos e não o contrário.
Claro que disciplina é importante e um professor deve ter o chamado "domínio de turma". Um livro interessante que comprei nesse final de semana, justamente preocupada com essa questão, foi um do Celso Antunes entitulado "Professor bonzinho = aluno difícil: A questão da indisciplina em sala de aula". É bem interessante. É uma leitura simples, gostosa e sem rodeios. Celso Antunes simplesmente nos dá conselhos práticos sobre como trabalhar com as turmas. Ensina a sobre como impor autoridade sem ser autoritário.

Esse texto foi somente uma explanação sobre a ideia que tive de trabalhar com estas crianças a respeito do graffiti. Quanto ao conteúdo do graffiti, pretendo trazê-lo conforme o andamento das aulas, e dando a minha narrativa. Espero que isso sirva de ajuda para professores ou estagiários como eu, já que ideias são sempre boas, e a gente está sempre aprendendo e ensinando ao mesmo tempo.

Referências (não estão segundo a ABNT):

"A arte-educação cria elos com o cotidiano?" - José Augusto Avancini; Porto Alegre, 1995.

"A Pluralidade cultural e o ensino de Arte" - Ivone Mendes Richter; Ijuí, 2004.

"Resistência à aprendizagem" - Filosofia Espírita para crianças; http://www.universoespirita.com.br
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1 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Gosto muito de um artigo que se chama "A escola como organização complexa" de Maurício Tragtenberg.


Belo espaço!

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