Estou postando aqui um texto que escrevi há um ano atrás para a disciplina de Fundamentos e Oficinas em Arte-educação I. Lembrando que as teorias nas quais me embasei são segundo o que dizem as teóricas em Arte-educação Ana Mae Barbosa e Ivone Richter, abordadas no ano de 2008, na disciplina que citei.
"Quem nunca desenhou e precisou de uma certa fonte de 'inspiração' para isso? Algo que nos motivasse a criar, ou fazer Arte.
Na arte-educação isso pode e deve ser utilizado pelos professores a fim de estimular os seus alunos a criarem coisas novas a partir daquelas que já existem.
A eficiência do ensino em Artes Visuais parte do estímulo do professor para com os seus alunos. Por isso é importante que o mesmo saia um pouco do tradicional ambiente da sala de aula, para que a turma respire novos ares, e possa ter idéias novas para se fazer Arte.
Existem os chamados 'temas transversais', que são aqueles assuntos de cunho social que podem e devem ser tratados em sala de aula. Alguns arte-educadores propõem a abordagem de assuntos transversais em sala de aula, a fim de que o aluno se conscientize da realidade onde vive, e ainda se expresse através da linguagem das artes visuais.A isso chamamos de contextualizar o aluno na realidade onde vive. E pode-se fazer isso de diversas formas. Uma das sugestões refere-se a uma aula de Arte dada segundo uma visão ecológica. O aluno reconhece o meio ambiente (de preferência um campo ou uma praia) e ainda usa isso como fonte de inspiração para os seus trabalhos artísticos.Cabe ao professor explicar direitinho à turma (pode ser ela com crianças, adolescentes ou adultos) do lugar para onde vão, noções ecológicas (não jogar lixo na praia ou no campo, é um exemplo). Aí faz-se de uma simples saída de campo, uma educação não somente em arte, mas em ecologia. "
Postei esse texto para lançar essa problemática e contextualizá-la dentro do momento em que nos encontramos agora. Somos estudantes de Artes (eu e meus colegas de sala de aula) já há quase 3 anos, e precisamos de uma base forte a fim de que possamos defender os nossos argumentos acerca do ensino de Artes. Sei que alguns colegas meus talvez não sigam a carreira de professor, mas ainda assim é bom ter "bala na agulha", como se diz.
Infelizmente, o ensino de Artes anda muito defasado, tanto é que algumas escolas ainda adotam o nome "Educação Artística" ao invés do certo, que é "Artes Visuais". É realmente uma pena que nos deparemos com essa sociedade que ignora completamente a importância de um conhecimento sobre o mundo (porque a Arte é uma forma de conhecer o mundo) e a si mesmo, já que entramos em contato conosco APRENDENDO Arte, FAZENDO Arte e até mesmo ENSINANDO Arte.
Por isso mesmo que temos que nos desdobrar a fim de fazer com que nossos alunos (futuros alunos, pra alguns!) se interessem pela disciplina, tenham respeito por ela, por mais que não sigam aquela carreira em si...
Uma coisa que sempre pensei ser um equívoco. Quando tu falas em Artes ou "Educação Artística" (me dói na alma dizer esse nome!), a pessoa leiga automaticamente fala "Não sei desenhar", "Não gosto de desenhar". É um erro relacionar a Arte sempre ao desenho! A Arte virou agora um estereotipo do desenho? Não denegrindo a imagem do desenho, já que sempre o considerei fundamental dentro da nossa área, mas Artes NÃO É SÓ DESENHO! É muito mais que isso. Arte é conhecimento, Arte é o registro do homem, desde que ele pintava seus bizontes nas cavernas. Por isso mesmo que cabe ao professor de Artes expandir os seus horizontes, provando aos alunos, aos outros professores e às instituições de ensino, que as Artes vão muito além do que eles pensam.
Até uma coisa que eu ia dizer e que foi muito abordada nas aulas de Fundamentos I no segundo ano. A questão de haver professores formados em outras áreas ministrando aulas de Artes. Isso é realmente um absurdo! Porque eles não tem conhecimento a respeito do que se abordar em uma aula de Artes. Resultado: uma aulinha com o título "minhas férias", e a ordem sendo o que? DESENHAR, obviamente!
Os professores de Arte tem que lutar pelo seu espaço e não cair na mesmice, e mostrar aos outros professores e instituições que a sua disciplina tem tanta importância quanto outras. Mostrar-se flexível às necessidades dos alunos. Isso é fácil? Claro que não! Mas tentar e persistir é uma coisa que sempre devemos fazer.
terça-feira, abril 28, 2009
terça-feira, abril 14, 2009
Ester Grinspum: uma reflexão acerca da forma e das linhas
Tive conhecimento a respeito dessa artista em mais uma aula de Oficina de Escultura, assistindo a alguns vídeos que a professora Roseli nos passou em aula. Procurei-os no youtube, e mesclando algumas anotações que fiz em aula, e mais algumas pesquisas que fiz em sites de Artes. Ester Grinspum (1955 -) foi uma das artistas que participou de uma grande exposição de 1984 (não como escultora, mas sim como desenhista), entitulada "Como vai você, geração 80?", realizada em Jardim Botânico - RJ. Ainda pretendo falar mais a respeito dessa importante exposição, que revelou o talento de inúmeros artistas. Justamente por isso, que "Como vai você, geração 80?" merece com certeza um post a parte.
Ester Grinspum, curiosamente, é formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU na USP, tendo realizado a sua primeira exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 1981.
No início de sua carreira, ela tinha uma paixão pelas linhas e afirmava que a sua linha nunca seria reta. E com essa afirmação, ela elaborou algumas esculturas, nas quais as suas linhas eram levemente tortas. Abaixo, algumas serigrafias suas e uma escultura que retrata bem a questão das linhas em suas obras.
Pelo que observamos em parte de suas obras, ela trabalha basicamente com instalações e com a reflexão das formas nas suas esculturas. Abaixo, "Sem Título" Ester Grinspum - escultura em aço 3,5 x 2,5 m 1998 - MAC Museu de Arte Contemporânea - USP Universidade de São Paulo ". Um comentário acerca da obra abaixo é que haviam pessoas de rua morando dentro da sua escultura. Devido a isso, deteriorou-se com o passar do tempo. Daí temos um embate com relação a sérias questões: ou deixá-la deteriorar-se (a fim de deixar as pessoas abrigarem-se) ou fechá-la a fim de que não deteriore-se mais. Essa foi uma questão que revoltou parte dos meus colegas, já que consideram que as necessidades humanas básicas são muito mais importantes do que uma obra de Arte. Compreensível revolta por sinal!
O que nos interessava como estudo na disciplina de Oficina de Escultura era como ela utilizava o bidimensional para transformá-lo em tri dando um significado estético. E o seu trabalho é interessante justamente por causa dessa reflexão acerca da forma e de conceitos. Temos a série de folhas de metal, onde tu juras que ela enrolou um amontoado de folhas de metal e deixou em um canto. Ninguém pára para pensar que há um significado... E que aquela folha não encontra-se ali de qualquer jeito. Há todo um método para deixá-la daquele jeito.
Ester Grinspum é considerada uma artista de renome internacional, e muito respeitada em nosso ramo. Ela merece reconhecimento, até pelo fato de expor o nome do Brasil no exterior.
Referências:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/Enc_Artistas/artistas_imp.cfm?cd_verbete=5410&imp=N&cd_idioma=28556
http://www.cuerpospintados.com/Portugues/Artistas/Cuerpos%20Pintados/estergrinspum.html http://www.canalcontemporaneo.art.br/e-nformes.php?codigo=442
http://www.canalcontemporaneo.art.br/e-nformes.php?codigo=442
http://www.flickr.com/photos/artexplorer/2357736943/in/set-72157604228013214/
http://www.artistasvisuais.com.br/consultaimagemartista.asp?id=373
http://www.papelassinado.com.br/art_rsm.asp?art_cod=72
http://www.inarts.com/ver_artista.aspx?id=222
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=3755
Ester Grinspum, curiosamente, é formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAU na USP, tendo realizado a sua primeira exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 1981.
No início de sua carreira, ela tinha uma paixão pelas linhas e afirmava que a sua linha nunca seria reta. E com essa afirmação, ela elaborou algumas esculturas, nas quais as suas linhas eram levemente tortas. Abaixo, algumas serigrafias suas e uma escultura que retrata bem a questão das linhas em suas obras.
Pelo que observamos em parte de suas obras, ela trabalha basicamente com instalações e com a reflexão das formas nas suas esculturas. Abaixo, "Sem Título" Ester Grinspum - escultura em aço 3,5 x 2,5 m 1998 - MAC Museu de Arte Contemporânea - USP Universidade de São Paulo ". Um comentário acerca da obra abaixo é que haviam pessoas de rua morando dentro da sua escultura. Devido a isso, deteriorou-se com o passar do tempo. Daí temos um embate com relação a sérias questões: ou deixá-la deteriorar-se (a fim de deixar as pessoas abrigarem-se) ou fechá-la a fim de que não deteriore-se mais. Essa foi uma questão que revoltou parte dos meus colegas, já que consideram que as necessidades humanas básicas são muito mais importantes do que uma obra de Arte. Compreensível revolta por sinal!
O que nos interessava como estudo na disciplina de Oficina de Escultura era como ela utilizava o bidimensional para transformá-lo em tri dando um significado estético. E o seu trabalho é interessante justamente por causa dessa reflexão acerca da forma e de conceitos. Temos a série de folhas de metal, onde tu juras que ela enrolou um amontoado de folhas de metal e deixou em um canto. Ninguém pára para pensar que há um significado... E que aquela folha não encontra-se ali de qualquer jeito. Há todo um método para deixá-la daquele jeito.
Ester Grinspum é considerada uma artista de renome internacional, e muito respeitada em nosso ramo. Ela merece reconhecimento, até pelo fato de expor o nome do Brasil no exterior.
Referências:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/Enc_Artistas/artistas_imp.cfm?cd_verbete=5410&imp=N&cd_idioma=28556
http://www.cuerpospintados.com/Portugues/Artistas/Cuerpos%20Pintados/estergrinspum.html http://www.canalcontemporaneo.art.br/e-nformes.php?codigo=442
http://www.canalcontemporaneo.art.br/e-nformes.php?codigo=442
http://www.flickr.com/photos/artexplorer/2357736943/in/set-72157604228013214/
http://www.artistasvisuais.com.br/consultaimagemartista.asp?id=373
http://www.papelassinado.com.br/art_rsm.asp?art_cod=72
http://www.inarts.com/ver_artista.aspx?id=222
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=3755
terça-feira, abril 07, 2009
Os mobiles e os stabiles de Calder
Hoje estávamos na aula de Oficina de Escultura e me lembrei deste artista tão conhecido.
Alexander Calder é um artista norte-americano que nasceu em 1898 e morreu em 1976.
Mas, pelo menos por este post, gostaria de me focar mais na essência de suas obras, do que necessariamente em sua vida.
A denominação "mobile" (móvel) surgiu por causa de Marcel Duchamp, que sugeriu este nome a Calder; e a denominação "stabile" (estável) surgiu por idéia de Hans Arp. Apesar de Calder ter iniciado a sua carreira como engenheiro, ele tomou um gosto especial pela Arte... Sem deixar a sincronia típica das exatas de lado em suas obras.
Os Mobiles (os primeiros são datados de 1932):
Calder retrata a leveza, o equilíbrio através de seus mobiles, que, de bom grado, colocaríamos nas cômodas de nossos quartos, ou pendurados no teto, de tão simpáticos que são. Devo inclusive salientar que os mobiles são inclusive usados na decoração do quarto de bebês!
Há um estudo sutil do equilíbrio e da leveza, ao mesmo tempo que temos uma estética bastante singular nas formas e nas linhas das suas esculturas, as quais variavam de tamanho... Algumas podendo caber em uma caixa de charutos e outras chegando a 3 metros de altura! Com relação ao material, eram usadas coisas bem contemporâneas, como arame, madeira e vários tipos de metais. Abaixo, "Constelação Vertical com Bomba" (1943), "A estrela" (1960) e "Crinkly avec disc Rouge" (1973), estando esta última no Schossplatz in Stuttgart, na Alemanha.
Os Stabiles:
Os stabiles (ao contrário dos mobiles, que têm uma estrutura leve) são esculturas mais pesadas e densas, feitas com o intuito de serem grandiosas, imponentes. Tanto é que são usadas para enfeitar diversos lugares do mundo. Abaixo, "Dois discos" (1965) e "O cavalo vermelho de Alexander Calder" (1974). Até para quem se interesse em procurar mais stabiles, aqui está a sugestão de um ótimo site, do qual até tirei algumas imagens! http://www.chess-theory.com/encprd03237_chess_practice_reflections_debates_arts.php
Referências:
Revista BRAVO, Edição de Maio de 1998, p. 36 a 39.
http://www.uky.edu/ArtMuseum/luce/Top50/50/pages/Calder_jpg.htm
http://www.stabiles.com/
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alexander_Calder_Crinkly_avec_disc_Rouge_1973-1.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Calder
Alexander Calder é um artista norte-americano que nasceu em 1898 e morreu em 1976.
Mas, pelo menos por este post, gostaria de me focar mais na essência de suas obras, do que necessariamente em sua vida.
A denominação "mobile" (móvel) surgiu por causa de Marcel Duchamp, que sugeriu este nome a Calder; e a denominação "stabile" (estável) surgiu por idéia de Hans Arp. Apesar de Calder ter iniciado a sua carreira como engenheiro, ele tomou um gosto especial pela Arte... Sem deixar a sincronia típica das exatas de lado em suas obras.
Os Mobiles (os primeiros são datados de 1932):
Calder retrata a leveza, o equilíbrio através de seus mobiles, que, de bom grado, colocaríamos nas cômodas de nossos quartos, ou pendurados no teto, de tão simpáticos que são. Devo inclusive salientar que os mobiles são inclusive usados na decoração do quarto de bebês!
Há um estudo sutil do equilíbrio e da leveza, ao mesmo tempo que temos uma estética bastante singular nas formas e nas linhas das suas esculturas, as quais variavam de tamanho... Algumas podendo caber em uma caixa de charutos e outras chegando a 3 metros de altura! Com relação ao material, eram usadas coisas bem contemporâneas, como arame, madeira e vários tipos de metais. Abaixo, "Constelação Vertical com Bomba" (1943), "A estrela" (1960) e "Crinkly avec disc Rouge" (1973), estando esta última no Schossplatz in Stuttgart, na Alemanha.
Os Stabiles:
Os stabiles (ao contrário dos mobiles, que têm uma estrutura leve) são esculturas mais pesadas e densas, feitas com o intuito de serem grandiosas, imponentes. Tanto é que são usadas para enfeitar diversos lugares do mundo. Abaixo, "Dois discos" (1965) e "O cavalo vermelho de Alexander Calder" (1974). Até para quem se interesse em procurar mais stabiles, aqui está a sugestão de um ótimo site, do qual até tirei algumas imagens! http://www.chess-theory.com/encprd03237_chess_practice_reflections_debates_arts.php
Referências:
Revista BRAVO, Edição de Maio de 1998, p. 36 a 39.
http://www.uky.edu/ArtMuseum/luce/Top50/50/pages/Calder_jpg.htm
http://www.stabiles.com/
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Alexander_Calder_Crinkly_avec_disc_Rouge_1973-1.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Calder
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