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quinta-feira, julho 01, 2010

Abraham Palatnik


Como havia prometido no post anterior, trago aqui um tópico inteirinho sobre este que foi o pioneiro da arte cinética no Brasil.
Abraham Palatnik merecia uma postagem a parte por ter repensado a maneira de fazer arte, tendo sido um dos principais artistas a revolucionar a arte brasileira do século XX.
O artista é um típico exemplo do criador que consegue mesclar elementos da Física com as Artes, com as suas máquinas que projetam luzes (aparelho cinecromático), e seus "objetos cinéticos", que são trabalhos escultóricos semelhantes aos "móbiles" de Alexander Calder, só que alguns deles com elementos de imantação (ímãs), oferecendo o movimento de atração ao repulsão.
Assim como a postagem feita sobre o "ferro fluido", quero deixar bem claro que a Arte e a Física podem sim andar de mãos dadas. Inclusive é importante salientar que novos processos artísticos tornam-se mais ricos quando oriundos dessas duas áreas.

Cronologia:

19/02/1928: Nasce Abraham Palatnik em Natal, Rio Grande do Norte.

1932: Muda-se com a família para a região onde atualmente é Israel.

1942- 1945: Estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão (o que irá influenciá-lo mais tarde na sua criação artística).

1943- 1947: Frequenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv.

1948: Retorna ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Conhece Mário Pedrosa, que o indicará, anos mais tarde, para expor na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

1949: Começa os seus estudos com luz e movimento, estudando a sua influência nas cores. 

1951: Expõe seu primeiro aparelho cinecromático na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951), obtendo menção especial do júri internacional (apesar da relutância dos organizadores de aceitarem o seu trabalho, por ele não se encaixar em nenhuma das categorias previstas).O seu aparelho consiste na manipulação de luzes coloridas que misturadas formam diferentes aspectos em uma superfície branca.

1953-1955: Participou do Grupo Frente.

1962: Inventa um jogo de percepção "O Quadrado Perfeito", e obtém copyright.

1964: Cria os Objetos Cinéticos.

1997: Participa da 1ª Bienal do Mercosul. 

Análise da obra:

Assim como os artistas abordados na postagem anterior, Abraham Palatnik trabalhou muito a questão do movimento em seus trabalhos de arte. Segundo ele próprio, inicialmente, ele não tinha a intenção de fazer dos conhecimentos que obteve na escola técnica em Tel Aviv, verdadeiras obras de Arte.
A ideia de arte contemporânea estava engatinhando quando Palatnik começou a pensar a usar aparelhos  eletrônicos como um novo conceito em Arte.
Trabalhou não somente a questão do movimento dentro das Artes Visuais, como também acrescentou a problemática da luz como arte em si. Em vez de usar pigmentos, que já conhecia muito bem, trocou-os pelas luzes coloridas, que misturadas , lhe dava os tons dos mais diversos, causando sensações estéticas bem interessantes.
Apesar de ter sido rejeitado inicialmente na participação da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, pelo fato de não terem conseguido enquadrar o aparelho cinecromático em qualquer categoria, Abraham teve a sorte de alguns artistas não exporem, e assim, tendo preenchido a vaga, e ironicamente tendo sido reconhecido pelo júri internacional.

Os seus trabalhos que merecem maior destaque são:

O aparelho cinecromático (1964).



O quadrado perfeito (1962), tabuleiro de madeira, peças de resina poliéster 37 x 37 cm:

http://farm4.static.flickr.com/3304/3229062703_050dcda8fd.jpgFonte: Flickr de ARTexplorer

Os objetos cinéticos (1969/2001):
Objeto Cinético_5 por Itaú Cultural.Objeto Cinético_ por Itaú Cultural.Objeto Cinético_2 por Itaú Cultural.

Seus quadros que subentendiam movimentos e relevos:

Relevo progressivo - C-68 - 2000 
Papel cartão e madeira
70 X 64 cm



sem título - 2003
acrílica sobre madeira
111,5 X 147 cm


http://www.nararoesler.com.br/conteudos/obras/gd/11934_low_1267813274.jpg
Progressão K-48 -1989
acrílica e cordas sobre tela
150 x 180 cm
W-159 - 2007
acrílica sobre madeira
105 x 152,5 cm

Por fim...

Para complementar o conhecimento sobre esse importante artista, disponibilizo alguns vídeos que encontrei no Youtube e no Uol Vídeos, incluindo uma entrevista com o próprio artista, que ainda vive e trabalha no Rio de Janeiro. 


























Referências:




Nara Roesler
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